V-Moraes

domingo, 27 de setembro de 2009

Soneto de Aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece....
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

(Fonte: http://www.viniciusdemoraes.com.br/poesia/sec_poesia_view.php?busca=Soneto%20de%20anivers%E1rio&acao=buscar&id=304&id_tipo=1&back_page=1)

Nesse poema, mais uma vez dirigido a uma mulher, o autor retrata a passagem do tempo sobre as pessoas, o quanto esse processo desgasta a pessoa de forma interna e externa, os sonhos da adolescencia que se revelam impossíveis na realidade, causando desilusões, mas também as compensações, tanto relacionadas a experiencia de vida, como relacionado aos momentos bons que temos ao longo dos anos. No final ele ainda conforta a amiga, pois apesar de tudo que se passa, o amor deles é algo que não envelhece.

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